Parte 2 da série “Inspiração e bloqueio criativo”

Quando estamos realizando um projeto que gostamos, temos a tendência de querer executá-lo da melhor maneira possível para obter os melhores resultados, iguais ao que imaginamos. Para que isso aconteça, precisamos da autocrítica, pois ela contribui para encontrarmos os pontos de melhoria e de oportunidade de desenvolvimento no trabalho. Porém, quando aplicada de forma excessiva, acaba transformando o processo criativo em uma atividade estressante e inibe a liberdade de exploração.

Quer saber como fortalecer essa habilidade de forma positiva? Então continua por aqui e siga as dicas abaixo:

Reconheça as boas críticas

Vamos começar entendendo o que está no centro dessa habilidade. Por definição, uma crítica é a capacidade de julgar, que, por sua vez, é a ação de apresentar uma opinião após a realização de uma análise minuciosa do caso. Sendo assim, saber reconhecer quais são as críticas construtivas e o que é apenas “implicância” é muito importante. Essa última, a implicância, é prejudicial e limitante: apenas gera dúvidas e paralisia. 

A crítica construtiva tem uma característica bem diferente. Além de ajudar a encontrar novas ideias para o desenvolvimento de uma obra, ela deve ser bem estruturada e também te ajudar a treinar o senso crítico. A principal consequência é que ao refletir sobre os comentários que recebe (sejam eles internos ou externos!), você irá aprender a filtrar as opiniões e silenciar as dúvidas geradas pela sua ansiedade.

Uma dica é participar de grupos de escrita virtuais ou presenciais e submeter seu trabalho para avaliação dos seus colegas. Lembre-se que esse processo é uma troca, então esteja preparado para avaliar os textos dos outros de forma justa e sincera. Não seja cruel, nem com você, nem com outros artistas!

Estabeleça metas realistas

Outra questão que deve-se levar em consideração é a dedicação dentro do seu limite. Assim como dito no 1º post, sobre Bloqueio Criativo, crie uma rotina de escrita, mas que seja realista dentro da sua capacidade no momento. Não adianta se comprometer a escrever 8 horas por dia se você já tem um emprego em tempo integral, família e outras responsabilidades. O único resultado desse processo será estresse e frustração, pois não é um compromisso alinhado à sua realidade. 

Da mesma maneira, ao fazer a crítica do seu trabalho atual, não use outras pessoas como ponto de comparação. Todos percorremos nossos caminhos criativos de formas diferentes. Você pode (e até mesmo deve) buscar inspiração em autores e autoras que admira, mas tenha sempre em mente em qual ponto da sua trajetória autoral você está. Compare o seu crescimento com seus próprios materiais anteriores, reconheça onde você cresceu e experiências criativas que não foram tão bem sucedidas. 

Agindo dessa forma, você acaba tendo um aumento na autoestima, pois terá maior facilidade em cumprir os objetivos e conseguirá sentir a sua evolução.

Faça as pazes com a imperfeição

Como já falamos antes, não se cobre muito pela perfeição, pois essa atitude tende a inibir a liberdade criativa. Neste momento, é ela que te permite experimentar outras ideias. Mesmo que no fim das contas você não ame o resultado, o importante foi tentar. Esse processo te dá a oportunidade de experimentar variadas ideias, enriquecendo o manuscrito.

Continue seus esforços!

Saber julgar o próprio projeto, melhorando os pontos fracos e encontrando novas ideias com potencial, torna o processo de escrita enriquecedor, porém não é um caminho fácil. A maior parte das pessoas têm a tendência de ressaltar as questões negativas e definir todo o nosso trabalho a apenas isso. Se escrevi um conto ruim, então sou um péssimo escritor! Esse parágrafo ficou ruim? Jamais serei capaz de corrigi-lo! 

Parte do processo criativo é aprender a silenciar as implicâncias. Reverter esse hábito de se concentrar apenas no negativo exige paciência consigo mesmo, reconhecimento da qualidade do material e dos seus próprios limites para alcançar o ideal imaginado.

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